almas nuas.

o espelho de Johanna.


Chamo-me Johanna, sim, Johanna. Os meus pais tiveram a brilhante ideia de me dar este nome devido a uma escritora Sueca, Johanna Eleonora De La Gardie, que, contam eles, foi uma das principais razões para ao meu nascimento. Quando era mais nova não gostava muito do meu nome, as crianças na escola costumavam-me chamar 'Joana' e faziam troça de mim por ter um 'h' e dois 'n's no nome mas à medida que fui crescendo fui gostando cada vez mais do meu nome, principalmente depois de ter visto o filme Sweeney Todd, com o Johnny Depp. Mas podem chamar-me Jo.
Sou uma típica rapariga britânica, tal como os meus pais. Cresci num ambiente de literatura e cultura e sempre tive uma paixão enorme por livros e outros países, em parte, foi isso que me levou a entrar nesta minha nova aventura com a Amélie.
Tenho 21 anos e sofro de um mal incontrolável, é que, para além de ter o nome que tenho, o meu cabelo é ruivo, como o fogo, o que dava origem a alcunhas muito divertidas nos meus tempos de criança. Tenho olhos verdes e safei-me do gene mais característico dos ruivos, as sardas. Não sei porque tenho esta fisionomia quando nenhum dos meus pais é ruivo e, também por essa razão, fui olhada de lado muitas vezes, não pelos meus colegas, mas pelos seus pais, que achavam que era adotada. Mas sempre cresci alheia a estes comentários, sempre soube quem era e nunca liguei a nada do que diziam.
Os meus amigos descrevem-me como uma pessoal calma e louca, alegre e bem disposta e, acima de tudo, muito divertida e sempre pronta a ajudar os outros. Eles dizem que sou calma e louca ao mesmo tempo porque num momento estou calma, a conversar e cinco segundos depois já estou a fazer loucuras e macacadas.
Nunca pensei que um dia ia encontrar alguém que conseguisse lidar com esta minha maneira de ser mas, graças à ajuda da Amélie, encontrei alguém que me apoia e que me conhece e me aceita. Estamos juntos há quatro anos e recentemente pediu-me em noivado. Quando contei à minha família que ia partir numa aventura com a Amélie ele foi o primeiro a apoiar-me. Hoje em dia ainda penso que se não tivesse sido ela eu provavelmente iria ser aquilo que todos esperavam de mim, em vez de ser eu própria.
Os meus pais são professores de Literatura em Oxford e sempre me incentivaram a seguir advocacia porque não queriam que eu fosse mais uma, queriam dar-me uma vida melhor, e eu acabei por entrar num curso de advocacia em Oxford mas estou a tirar um ano sabático, preciso de saber se é isto que realmente quero e acho que a melhor maneira é mesmo disfrutá-lo na companhia de uma das minhas melhores amigas a fazer uma das coisas que mais gosto, visitar outros países e conhecer outras culturas.
Para mim a Amélie é mais do que uma amiga, é a irmã mais velha que nunca tive e que sempre gostaria de ter. Conhecemo-nos quando tinha 15 anos num verão quando os meus pais decidiram ir passar férias a Paris. Fui muito contrariada, eu queria ir passar férias à Grécia e ver-me tão perto de casa não me dava ânimo nenhum, afinal, eu já conhecia a cultura francesa devido às aulas de francês, mas os meus pais escolheram o sítio perfeito, ficámos alojados numa casa perto de uma biblioteca e foi lá que conheci a Amélie. Criámos uma ligação imediata e nunca mais nos separámos, somos muito unidas, como irmãs e vê-la triste deixou-me destroçada, assim, aproveitei o útil ao agradável e decidi: vamos viajar pela europa, de mochila às costas e seja o que Deus quiser.

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